São Paulo, 21 de janeiro de
2020. A velocidade da arrecadação cresceu nesse
início de 2020. O Impostômetro da Associação
Comercial de São Paulo (ACSP) mostra que por volta de 1h40 desta sexta-feira
(24/1), os brasileiros terão desembolsado R$ 200 bilhões, valor pago aos
governos na forma de tributos.
No ano passado, para recolher esse mesmo montante, foi
necessário um dia a mais.
Mas o aumento na arrecadação, já sinalizado nestes primeiros
dias do ano, não é necessariamente uma má notícia. É o que explica Emílio
Alfieri, economista da ACSP.
“O aumento na arrecadação dos impostos é algo natural se estiver
relacionado ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Então, como o
governo não está mudando as alíquotas, é possível ver com bons olhos essa
variação positiva dos primeiros dias de 2020”, explica Alfieri.
Segundo o economista, o estímulo ao crédito para pessoas físicas
é um dos fatores que têm ajudado no crescimento econômico do país, o que afeta
positivamente a receita com impostos arrecadados pelo governo.
“A redução na taxa básica de juros e a política do governo de
estimulo para tomada de crédito para pessoas físicas têm ajudado a aumentar
essa arrecadação, sem que seja preciso aumentar as alíquotas”, afirma o
economista.
Alfieri alerta, no entanto, que o governo Federal precisa
“conter os ânimos” com relação a sinalização de aumento da arrecadação via
tributos.
Embora engordar os caixas do governo seja importante para a redução do déficit primário, que deverá ser de R$ 110 bilhões em 2020 segundo projeção do Ministério da Economia, há caminhos alternativos para esse fim, como, por exemplo, a redução dos gastos.
“O governo não pode cair na tentação de querer aumentar a
arrecadação para tentar reduzir mais rapidamente o déficit primário. Não há
espaço para elevar os impostos, ou criar novas taxas, sem que isto afete o
crescimento econômico”, alerta.
Para Alfieri, a economia do País está no rumo certo para sair da
crise. Mas é possível acelerar o processo. “Se mantivermos o ritmo atual, é possível
retomar os níveis econômicos de 2014 em até quatro anos. Mas se houver uma
reforma fiscal mais abrangente, e uma simplificação tributária, podemos
recuperar os bons números já em dois anos”, finaliza.
Série Histórica Impostômetro:
2014 |
R$ 1.913.945.777.706.00 |
2015 |
R$
1.992.868.462.040,52 |
2016 |
R$
2.004.536.531.089,32 |
2017 |
R$
2.172.053.819.242,78 |
2018 |
R$
2.388.541.448.792,42 |
2019 |
R$
2.504.853.948.529,48 |
Sobre o Impostômetro: O Impostômetro foi implantado em 2005 pela ACSP para conscientizar os brasileiros sobre a alta carga tributária e incentivá-los a cobrar os governos por serviços públicos de mais qualidade. Está localizado na sede da ACSP, na Rua Boa Vista, centro da capital paulista. Outros municípios e capitais se espelharam na iniciativa e instalaram seus painéis. No portal www.impostometro.com.br é possível visualizar valores arrecadados por período, estado, município e categoria.
Sobre a
ACSP: A
Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em seus 125 anos de história, é
considerada a voz do empreendedor paulistano. A instituição atua diretamente na
defesa da livre iniciativa e, ao longo de sua trajetória, esteve sempre ao lado
da pequena e média empresa e dos profissionais liberais, contribuindo para o
desenvolvimento do comércio, da indústria e da prestação de serviços. Além do
seu prédio central, a ACSP dispõe de 15 Sedes Distritais, que mantêm os
associados informados sobre assuntos do seu interesse, promovem palestras e
buscam soluções para os problemas de cada região.
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