Publicado em 03/01/2020 10:28 Última edição 03/01/2020 10:28

Impostômetro aponta alta de 10,35% em 2019 em Minas

Fonte: Diário do Comércio/MG

Impostômetro aponta alta de 10,35% em 2019 em Minas
O Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) atingiu a marca de R$ 2,5 trilhões em 2019 no Brasil. O valor de impostos, taxas e contribuições pagos pelos contribuintes superou o total arrecadado em 2018, que foi de R$ 2,38 trilhões, alta de 5%. Em Minas Gerais, os contribuintes pagaram R$ 191,9 bilhões em tributos ao longo de 2019, respondendo por 7,5% do total nacional e 10,35% acima dos R$ 173,9 bilhões registrados em 2018.

De acordo com o economista da ACSP, Marcel Solimeo, a cada ano a arrecadação está maior e a tendência é que continue em crescimento. Somente uma reforma administrativa e com o maior controle dos gastos dos governos seria possível reduzir os tributos.

“A cada ano a arrecadação de impostos está maior porque tem a inflação – embora mais baixa que nos anos anteriores – e também o aumento do consumo. Em 2019, tivemos uma pequena recuperação das vendas, então, era esperado esse aumento”, explicou.

Segundo Solimeo, para 2020 a expectativa é que a arrecadação seja maior, em pelo menos, 6%, considerando a manutenção da inflação em torno de 4% e o crescimento de 2% na economia. O índice também pode ser ampliado caso ocorram ajustes nas alíquotas dos impostos.

O economista da ACSP explica que mesmo que o governo federal aprove a reforma tributária, no curto prazo, não existe expectativa de redução das contribuições, impostos e taxas cobradas pelos governos federal, estadual e municipal.

“Mesmo que a reforma tributária seja aprovada, no curto prazo, não temos expectativas de queda. Se não houver redução dos gastos, não tem como reduzir a arrecadação. Os governos arrecadam para cobrir os gastos e se não diminui os custos não tem como reduzir a arrecadação sem provocar outras consequências prejudiciais. É preciso fazer a reforma administrativa, que está sendo prometida pelo governo, para que ajude não só a reduzir o custo com o funcionalismo, mas também colabore para dar mais eficiência, porque ainda se tem muito desperdício. Usar melhor o dinheiro que se arrecada já representa um beneficio melhor para a sociedade”.

Rendimento – De acordo com os dados da ACSP, com os R$ 2,5 trilhões arrecadados no País em 2019, seria possível uma pessoa receber 50 salários mínimos por mês durante aproximadamente 4,45 milhões anos. Aplicado na poupança o dinheiro renderia de juros R$ 20,209 milhões por hora ou R$ 336.822 por minuto.

Com o dinheiro seria possível comprar cerca de 5,7 bilhões de cestas básicas. Para transportar esse dinheiro em notas de R$ 100 seriam necessários 826 containers de 20 pés.

“Nosso sistema tributário é injusto, é o que se chama de regressivo. Proporcionalmente à renda, a cobrança impacta com maior força nas camadas mais baixas da população. O grosso da tributação incide sobre o consumo e estas famílias gastam praticamente toda a renda em consumo. Já as classes de renda mais altas investem em aplicações financeiras, que acabam tendo tributação menor ou até mesmo isenção. Se os serviços prestados pelos governos compensassem, mas, se paga imposto e tem que pagar educação, segurança e saúde a parte, diferente de países que tem a tributação igual ou maior que a nossa, mas oferece serviços de alta eficiência”, explicou Solimeo.