Publicado em 31/05/2017 18:34 Última edição 31/05/2017 18:34

EDITORIAL: Tributação elevada

Fonte: CORREIO DO POVO/PORTO ALEGRE

EDITORIAL: Tributação elevada


Os números do tradicional Impostômetro mostram que nesta segunda-feira, dia 29, o montante amealhado pela União, estados e municípios já superava os RS 900 bilhões, sendo esse valor alcançado duas semanas antes de sua totalização no ano passado. O painel, de iniciativa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em parceria com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), disponibiliza em tempo real as cifras dos recursos que entram para os cofres de todos os entes públicos, informando aos contribuintes quanto eles pagaram até aquele momento. Há estimativas que apontam uma média de cinco meses trabalhados apenas para pagar tributos. A incidência em percentuais também pode ser vista em notas fiscais de compras no varejo.

Evidentemente, a mensuração acerca da quantidade de tributos que a sociedade paga, se é uma carga alta ou razoável, depende do retorno em matéria de serviços e de bem-estar para a coletividade. Há países que também têm uma fatia tributária semelhante à do Brasil, que gira em torno de 35% do PIB, ou até maior, como no caso da Suécia. Entretanto, o país oferece, na comparação geral, menos assistência social e educacional, com problemas em saúde, educação, saneamento e segurança pública, fazendo com que haja uma sensação de que se paga muito para pouco. Para se confirmar esse fato, basta olhar o IDH nacional, que mede o desenvolvimento humano, que o coloca na 79^ posição do ranking internacional. Isso evidencia que a arrecadação não está sendo bem direcionada.