São
Paulo, 25 de março de 2024. A
Associação Comercial de São Paulo (ACSP) avalia que as vendas de Páscoa poderão
registrar um aumento no faturamento, estima-se que o faturamento do varejo como
um todo crescerá cerca de 2%, em comparação com março de 2023, de acordo com o
modelo de previsão do varejo do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP
(IEGV/ACSP).
Segundo
o economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa, "esse crescimento pode ser
atribuído ao aumento da renda e da ocupação, em meio a um contexto de elevado
endividamento das famílias, juros ainda altos e diminuição da confiança do consumidor."
É
relevante ressaltar que, em 2023, a Páscoa foi celebrada em abril, o que
resultou em mais dias para os consumidores realizarem compras durante o período
pascoal.
O
economista explica que "para o varejo, a Páscoa não representa uma data
particularmente crucial, pois a maior parte das vendas se concentra nos itens
alimentícios, com destaque para os ovos de chocolate, o que beneficia o
desempenho dos super e hipermercados."
Impostos
Quem
planeja comprar ou presentear com ovos de Páscoa precisa estar ciente de que
quase 40% do valor do produto corresponde a impostos (39,61%). Essa informação
é baseada nos dados do Impostômetro.
Destaca-se
como o produto mais tributado, nesta temporada, o vinho importado, com uma taxa
de 59,73%. Isso significa que, ao adquirir uma garrafa de vinho importado pelo
preço de R$ 100, por exemplo, o consumidor desembolsa R$ 40,27 pelo produto e
mais R$ 59,73 em tributos. Por outro lado, o vinho nacional apresenta uma carga
tributária menor, com média de 44,73%.
Os
ovos de Páscoa caseiros podem ser uma alternativa para os consumidores e uma
oportunidade de renda extra para os microempreendedores. No entanto, evitar os
produtos industrializados não significa necessariamente escapar dos altos
impostos. Para a produção de um ovo simples, que requer chocolate, papel
celofane e fitas para embalagem, são destinados, respectivamente, 39,61%, 34,5%
e 34% em impostos.
Segundo João Eloi Olenike, presidente-executivo do
IBPT, "Se a carga tributária sobre os produtos consumidos na Páscoa não
fosse tão alta, o consumidor teria mais condições de adquirir produtos de
melhor qualidade durante esta época do ano". Ele afirma que "O
sistema tributário brasileiro, ainda muito voltado para o consumo, resulta em
uma maior tributação para os brasileiros de renda mais baixa em comparação com
aqueles de renda mais alta, o que prejudica as classes menos favorecidas
financeiramente, dificultando a aquisição dos itens mais consumidos nesta
ocasião".
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