Associações do comércio de todo o país criticam a falta de apoio do governo durante a pandemia do coronavírus e pedem a isenção de impostos. Elas dizem que o "abre e fecha" do comércio, as restrições no horário de funcionamento e a necessidade de pagar integralmente os impostos faz com que muitos negócios não resistam e fechem as portas.
Com o colapso do sistema de saúde, foi
preciso restringir a circulação de pessoas e o setor foi muito atingido. As vendas do comércio tiveram queda de 0,6%
em março e o setor encerrou o 1º trimestre no vermelho, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Houve falta de planejamento em diversas frentes na área fiscal. As empresas e associações precisam cobrar do governo federal, que não fez o dever de casa com as vacinas e não se preparou adequadamente para a segunda onda do coronavírus, que já estava clara em dezembro”, afirma Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados.
Medidas de apoio (e a falta delas)
Em 2020
foram criados programas para conter os efeitos econômicos da pandemia, mas
muitos deixaram de valer no final do ano. Agora, o governo federal tem reeditado algumas medidas.
O
Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm) já foi relançado
no final de abril. Em 2020, mais
de 9,8 milhões de trabalhadores tiveram jornada reduzida ou contrato suspenso,
o que ajudou a preservar empregos dos trabalhadores com carteira assinada.
A expectativa agora gira em torno do relançamento do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Até a virada do ano, foram três rodadas, que concederam R$ 37,5 bilhões em crédito a 517 mil empresários. Foram reservados R$ 5 bilhões para essa nova fase.
“O governo deveria ter estendido o programa em dezembro, pois era claro que a pandemia estava voltando. Deveria ter sido votada uma extensão dos programas de auxílio, mesmo que em menor montante naquele momento”, analisa Vale.
Segundo
Nabil Sahyoun, presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping
(Alshop), o governo precisa se responsabilizar pelo tempo que o comércio ficou
fechado.
“Como vamos pagar nossos impostos, como IPTU
e IPVA, se não trabalhamos e não faturamos por muitos meses? Estamos pedindo
ajuda para os empresários se salvarem. Queremos redução nos impostos e o
funcionamento em horário integral do comércio. Duas horas por dia a menos, por
exemplo, representa a perda de um dia de faturamento na semana. Lojistas e
pequenos empresários estão agonizando”, diz Sahyoun.
Nesta sexta-feira (7), associações e
entidades comerciais publicaram nos principais jornais do país um informe com o
título "Meio Aberto, Meio Quebrado". No documento, elas dizem que
precisam voltar a operar plenamente e afirmam que "a responsabilidade pelo
desemprego e quebradeira de empresas é do setor público."
O economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, adiciona que o estrago foi muito grande para o setor, mas foi minimizado pelo Auxilio Emergencial e por programas como o Pronampe. Porém, foram poucas linhas de crédito e em volume insuficiente.
“Ficou um jogo de gato e rato. O comércio abre e vende
um pouco. Na hora de recolher o imposto, fecha. Isso foi acumulando. Os
auxílios do governo federal estão vindo, mas com um certo atraso e mais
modestos. Da parte do estado e do município, não tivemos nada em matéria
tributária”, afirma Solimeo.
Confira a matéria na íntegra: https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/05/07/associacoes-de-comercio-criticam-falta-de-apoio-do-governo-e-pedem-isencao-de-impostos.ghtml
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