São
Paulo, 5 de julho de 2016. Seis dias depois do que em 2015, o
Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) atingiu hoje, às 13h30, a marca de R$ 1 trilhão. O valor abrange o total de tributos (impostos,
taxas e contribuições) pagos pela população brasileira para a União, os estados
e os municípios desde 1º de janeiro de 2016.
No ano passado, o painel registrou esse valor no dia 29 de
junho. A demora em 2016 representa uma efetiva queda na arrecadação, decorrente
da crise que atinge o País e enfraquecimento da atividade econômica, com a
consequente diminuição da receita de empresas e cidadãos.
O atraso no Impostômetro neste 5 de julho de 2016 é um fato
inédito na história do painel: desde que foi implantado, em 2005, todas as
marcas (R$ 100 bilhões, R$ 200 bilhões e assim por diante), ano a ano, foram alcançadas
antes do que no ano anterior, ou seja, a arrecadação estava sempre crescendo,
com o painel girando mais rapidamente.
Mesmo com a queda arrecadatória, o painel chegou ao vultoso
valor de R$ 1 trilhão em função do avanço da inflação: com preços mais altos, o
consumidor paga, também, valores maiores em impostos, já que esses são
calculados sobre o preço final das mercadorias e serviços.
“As medidas precisam ser tomadas do lado das despesas e não
se pode apelar mais para o aumento de tributos. As empresas e os cidadãos não
aguentam mais pagar imposto e isso agravaria a recessão sem a certeza do
crescimento da arrecadação”, opina o presidente da ACSP, Alencar Burti.
“Quem acompanha a evolução da economia brasileira se lembra,
sem saudades, dos vários momentos de excepcionalidade que serviram de
justificativa para o brutal crescimento da carga tributária nas últimas décadas”,
frisa Burti, que também preside a Federação das Associações Comerciais do
Estado de São Paulo (Facesp).
A carga tributária saltou da casa dos 25% do PIB na década
de 90 para cerca de 36% do PIB em 2015 (previsão). “Certamente é uma das
maiores expansões da imposição fiscal do mundo no período”, define Burti,
explicando que os argumentos usados quando se criava ou aumentava imposto eram
os mesmos, assim como as promessas de cortes de gastos, e o resultado sempre
foi o de crescimento da receita acompanhado, ou até precedido, pela expansão
dos gastos.
Todos os valores mencionados pelo Impostômetro são nominais
- sem descontar a inflação - e calculados estatisticamente conforme a
divulgação oficial dos dados pelos entes arrecadadores e projetados de acordo
com a arrecadação histórica.
O Impostômetro foi concebido pela ACSP para conscientizar o
cidadão sobre a alta carga tributária e incentivá-lo a cobrar os governos por
serviços públicos de qualidade. Está localizado na sede da ACSP, na Rua Boa
Vista, centro da capital paulista. Outros municípios se espelharam na
iniciativa e instalaram seus próprios painéis, como Florianópolis, Guarulhos,
Manaus, Rio de Janeiro e Brasília.
Estudo
do trilhão
O Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT),
que alimenta o Impostômetro, fez um estudo com dados relacionados à marca de R$
1 trilhão. Segundo o levantamento, os estados que mais arrecadaram tributos em
geral foram São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Já a média paga por
contribuinte brasileiro até 5 de julho de 2016 foi de R$ 4.870,05.
Também constam no estudo a arrecadação por esfera de
governo e por tributo e as datas das viradas do trilhão nos anos anteriores. A
primeira vez que o Impostômetro chegou a R$ 1 trilhão foi no dia 18 de dezembro
de 2007.
Site
reformulado
O site www.impostometro.com.br está
de cara nova. Por ele, é possível saber o quanto cada município e cada estado
pagam em impostos que vão para a União, os estados e os municípios. Ele também
revela, por exemplo, a arrecadação por categoria tributária e os valores que
pagamos de tributos embutidos nos preços de produtos temáticos – neste mês, o
tema é festa junina.
Saiba mais
O Brasil tem a
14ª maior carga tributária do mundo, segundo a OCDE
O brasileiro
trabalha em média 153 dias do ano só para pagar impostos
No Brasil
existem 63 tributos (impostos, taxas e contribuições)
Cerca de 22% da
cesta básica são de impostos
A carga
tributária brasileira subiu de 33,19% em
2004 para 35,42% em 2014 – a previsão para 2015 é cerca de 36%
O Brasil está
em 30º lugar no ranking de países em que os impostos trazem mais bem-estar à
sociedade, segundo o IRBES
Veja:
Mais
informações:
Ana Cecília Panizza
Assessoria de Imprensa
apanizza@acsp.com.br
(11) 3180-3220 / (11) 97497-0287
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