Hoje é um dia de protesto contra a injusta carga tributária que corrói a renda dos empregados e emperra os investimentos dos empreendedores. Ao retirar o peso dos tributos, comerciantes conseguem reduzir o preço dos produtos em até 70%. Mas a realidade é que seria desnecessário um Dia Livre de Impostos se a reforma não fosse seguidamente postergada a um custo escorchante para toda a sociedade.
Um estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro mostrava que a mudança do atual sistema tributário resultaria numa economia anual de R$ 127 bilhões. Esse é o mesmo valor que o governo federal estimou inicialmente gastar com o auxílio emergencial a autônomos e trabalhadores informais por três meses.
Só a burocracia ligada à declaração e ao pagamento dos impostos custa ao país mais de R$ 60 bilhões, segundo o Banco Mundial, ou seja, mais de cem vezes o valor anunciado pelo governo de Minas na aquisição de respiradores para UTIs no combate à Covid-19.
Entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil é o nono em tempo que o cidadão leva para quitar suas obrigações com o Fisco. São 151 dias de trabalho por ano, mais do que o dobro do registrado em países como EUA e Chile.
Antes mesmo da pandemia, as discussões sobre a reforma tributária já patinavam no Congresso Nacional e não devem ser retomadas em menos de três ou quatro semanas, segundo afirmação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, na última segunda-feira.
Com o aprofundamento da crise econômica pela pandemia, o Brasil não pode esperar mais pela simplificação de seu sistema arrecadatório e por mudanças que o tornem mais eficiente, justo e capaz de prover a sociedade de serviços essenciais de qualidade.
