Dados do impostômetro, painel implantado em 2005 pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo), mostram que o brasileiro já pagou mais de 1,2 trilhão em impostos neste ano. O número chegou à marca 16 dias antes do que em 2017, o que revela crescimento da arrecadação tributária.
Nas 42 cidades da região de Araçatuba, o valor pago em impostos, até ontem, era de R$ 191.306.235,00. A maior arrecadação ficou com Araçatuba, com R$ 77,4 milhões, cerca de 40% do total da região. Os números também podem ser consultados pelo site www.impostometro.com.br.
Segundo o presidente da ACSP e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), Alencar Burti, embora a um ritmo mais lento do que esperado, a retomada econômica está se concretizando, o que incrementa a arrecadação, notadamente nos casos do IPI, do ICM e da PIS/COFINS, que incidem sobre produtos de maior valor, como veículos e eletrodomésticos.
Ele aponta outras causas para o resultado: inflação na casa de 4%, garantindo elevação do bolo tributário; avanço do preço dos combustíveis, que têm grande peso na arrecadação; e redução de isenções.
Para se ter uma ideia, com o valor arrecadado em todo o País, daria para comprar cerca de seis milhões de apartamentos do programa Minha Casa Minha Vida, o que iria zerar o déficit habitacional brasileiro. Também é possível comprar mais de um milhão de unidades do carro esportivo Porsche Panamera; 33,6 milhões de VW Gol e quase três trilhões de cestas básicas. Aplicado na poupança, esse dinheiro renderia, de juros, mais de R$ 238 milhões por dia.
De acordo com o professor e economista Marco Aurélio Barbosa, apesar de a economia estar acelerada, ainda que em ritmo lento, o número é preocupante, uma vez que o governo segue arrecadando impostos. “A arrecadação de impostos é importante, mas desde que isso seja em benefício da população, com investimentos na saúde, educação, dentre outras coisas”, afirmou.
Barbosa lembrou que, por causa da greve dos caminhoneiros, o governo federal reduziu incentivos, mas aumentou alguns tributos para haver uma compensação.
O economista destaca que na região de Araçatuba, o principal imposto arrecadado é o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), tributo estadual mas que retorna em parte aos municípios. Mas além do ICMS, há impostos municipais como o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e o ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza), que incide sobre a prestação de serviços. “Há alguns impostos que, de alguma forma, retornam como melhoria aos municípios, então é um fator positivo, nesse aspecto, esse aumento de arrecadação”, finaliza.