Na primeira reunião de 2024, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu pela quinta vez seguida a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto porcentual, de 11,75% para 11,25% ao ano, em decisão unânime.
Para Nicola Tingas, economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito (Acrefi), o destaque da decisão do Copom foi a sincronia entre o BC, o FED (banco central dos Estados Unidos) e também os bancos centrais de países desenvolvidos, "nos quais prevalece a cautela, apesar dos bons indicadores da economia e a queda até surpreendente da inflação."
De acordo com o economista, embora o BC reconheça as melhoras na economia e na inflação, está atento aos riscos ainda existentes, entre eles a incerteza sobre o ritmo de desaceleração da economia global, a resolução da questão fiscal no Brasil diante de um déficit primário expressivo em 2023, e o próprio monitoramento do crescimento do consumo, que pode pressionar a inflação, em contrapondo às previsões de recuo da safra agrícola.
Segundo Tingas, o BC projeta que o horizonte de cumprimento da meta de inflação pode se estender até 2025.
Para Cristiane Quartaroli, economista do Ouribank, a decisão do Copom de manter um ritmo moderado nos cortes mostra que o BC "continua atento às medidas de alguns núcleos de inflação, que cederam, mas ainda estão em nível pouco confortável para um aumento no ritmo do corte."
As expectativas de inflação para 2024 e 2025 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 3,8% e 3,5%, respectivamente. As projeções de inflação do Copom em seu cenário de referência situam-se em 3,5% em 2024 e 3,2% em 2025. As projeções para a inflação de preços administrados são de 4,2% em 2024 e 3,8% em 2025.
JUROS
Mesmo com a nova baixa, o Brasil segue em segundo lugar no ranking mundial dos juros reais (descontada a inflação à frente). Segundo levantamento do site MoneyYou com 40 economias, o país passa a ter uma taxa de juros real de 5,95% e continua apenas atrás do México (6,49%). Em terceiro, aparece a Colômbia (4,81%). A média das 40 economias pesquisadas é de 0,69%.
Até o Copom de dezembro, o juro neutro brasileiro, que não estimula nem contrai a economia - e, consequentemente, não acelera nem alivia a inflação brasileira - era estimado pelo BC em 4,5%, embora o mercado já considerasse uma taxa maior, de 5,0%.
Confira a matéria no Diário do Comércio.
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