Publicado em 17/12/2020 10:29 Última edição 17/12/2020 10:29

Liel Miranda: Impostos para mais pessoas

Fonte: UOL

Liel Miranda: Impostos para mais pessoas

UOL - As empresas estão sobrecarregadas com a atua carga fiscal?

Liel Miranda - A resposta simples e direta é que a carga tributária brasileira é elevada, o modelo tributário brasileiro é complexo e isso tira competitividade da economia de gerar mais empregos, de gerar mais informação e de crescer mais rápido.

Há várias propostas hoje no Congresso para a reforma tributária, mas todas têm que se pautar por princípios de equidade para que mais pessoas paguem impostos, porque a economia informal é muito grande. É preciso que todo mundo pague de forma mais justa para que a economia possa crescer.

 

De que reformas o país precisa atualmente?

Essa é uma necessidade histórica. Precisamos de todas, não por uma necessidade deste momento, não por causa da pandemia. São necessidades históricas que o Brasil e outros países têm. As leis e a forma de o Estado se organizar precisam se adaptar ao século 21, pois a maior parte das leis que temos, sejam elas tributárias, trabalhistas, foram desenhadas e criadas há 100 anos.

A sociedade evoluiu muito, mas talvez a legislação, o arcabouço jurídico e o modelo de Estado não tenham evoluído. As reformas precisam sair do papel. O nosso compromisso de investir no Brasil, continuar operando e aumentando as nossas instalações e operações é de longo prazo. Todas as reformas que estão na agenda, e acreditamos que irão acontecer, serão benéficas para a empresa, para a sociedade e para o país porque têm esse papel de atualizar as leis e o arcabouço jurídico.

A pandemia mostrou que alguns setores públicos foram fundamentais, como o da saúde. O que deve ser privatizado no país?

Os extremos são sempre muito perigosos e normalmente não são corretos. É preciso um Estado para suprir as necessidades sociais, como saúde, educação, segurança e uma regulamentação para que a sociedade funcione. Mas há áreas em que o Estado tem capacidade menor de gerenciamento do que a iniciativa privada. Esse gerenciamento pode criar uma distração e tirar o Estado do que realmente deveria focar.

Não é Estado mínimo nem máximo. Precisa ser adequado para aquelas áreas e setores onde a sociedade necessita de intervenção, principalmente as áreas sociais e em situações como a da pandemia, que envolve todo mundo e o papel do Estado é regular. Agora, o Estado se envolver em coisas que a iniciativa privada pode fazer possivelmente não é o melhor uso do tempo e do dinheiro público.