Publicado em 09/02/2017 11:52 Última edição 09/02/2017 11:52

O custo dos parlamentos

Fonte: FOLHA DE LONDRINA/LONDRINA

O custo dos parlamentos

A crise econômica obriga o brasileiro a refazer o orçamento para dar conta do sustento da família e pagar tributos federais, estaduais e municipais. Só para se ter uma ideia da sanha arrecadadora dos governos, o chamado “Impostômetro” medido pela Associação Comercial de São Paulo registrou até o último dia 27 de janeiro a incrível marca de R$ 200 bilhões de impostos, taxas e contribuições recolhidos pelos contribuintes desde o primeiro dia de 2017. No ano passado, a arrecadação de impostos ultrapassou os R$ 2 trilhões no País. Tais cifras reforçam a importância da otimização na aplicação dos recursos pelo poder público.

Não basta agilidade na cobrança dos impostos, urge que se dê destinação correta do dinheiro. É por isso que causa espanto o dinheiro dispendido pelo brasileiro para a manutenção das quatro instâncias do parlamento do País, conforme retratou reportagem 
publicada na edição dessa segunda-feira (6) na Folha de Londrina. Cada um dos 19 vereadores em Londrina, por exemplo, custa R$ 154,8 mil por ano ao contribuinte londrinense, acrescente-se a esse valor mais R$ 300 mil para a contratação de até cinco assessores, outros R$ 4,9 mil para selos e R$ 3,3 mil para ligações telefônicas.

Na Assembléia Legislativa, cada um dos 54 deputados tem remuneração bruta de R$ 303 mil, além de R$ 376,8 mil para despesas de gabinete e R$ 1,1 milhão para contratar assessores. Em Brasília, os valores são ainda maiores: cada um dos 513 deputados federais recebe R$ 438,9 mil por ano, R$ 16,8 mil de ajuda de custo, R$ 478,6 mil do chamado “cotão", R$ 19,3 mil de auxílio moradia, R$ 6,7 mil para despesas médicas e R$ 1 milhão para contratação de até 25 assessores; a mordomia dos 81 senadores inclui remuneração bruta anual de R$ 404 mil, mais R$ 66 mil de 
auxilio moradia, R$ 102 mil de cota de serviços gráficos, R$ 6 mil para telefonia fixa residencial, até 300 litros de gasolina e 420 litros de álcool para uso em Brasília (abastecido no posto do próprio Senado), cota de E$ 180 mil para uso diverso (táxi, aluguel de imóvel, etc.), até R$ 29 mil mensais para transporte aéreo, até R$ 25,9 mil para despesas odontológicas, diária de R$ 581 para viagens oficiais e despesas médicas ilimitadas.

Isso tudo sem contar o custo dos poderes Executivo (federal, estadual e municipal) e Judiciário (em todas as suas esferas). Daí, a necessidade de a população participar da consulta pública no site do Senado Federal para opinar sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 106/2015) que reduz o número de deputados de 513 para 386 e de senadores de 81 para 54. Chegou a hora de os políticos darem a sua contribuição.