Em apenas quatro dias do
novo ano, os brasileiros já colocaram mais de R$ 19 bilhões nos cofres públicos
em impostos, taxas e contribuições. Os números novamente sinalizam um futuro
muito mais de ônus do que bônus, considerando que os benefícios devolvidos à
população ainda estão muito distantes dos parâmetros internacionais. Os dados
são do Impostômetro, instrumento criado pela Associação Comercial de São Paulo
e que faz um rastreamento minucioso e confiável nos estados e municípios.
Ao longo do ano passado,
as cifras arrecadadas pelo poder público ultrapassaram R$ 2 trilhões. A marca
surpreende, na medida em que 2016 foi um ano mais recessivo do que o anterior
e, ainda, que a economia do país caiu mais de 7%.A contribuição de Mato Grosso
do Sul nesse montante foi de mais de R$ 19 bilhões, o que representa 0.97% do
total da arrecadação no Brasil. Em Campo Grande os contribuintes desembolsaram
quase um bilhão. Já em Dourados, os impostos ultrapassaram R$ 160 milhões.
A carga de impostos no
Brasil já supera os tempos coloniais. Atualmente o cidadão paga muito mais
tributos do que naquela época. A Coroa Portuguesa no século XVI retirava da sua
colônia rica, um quinto do ouro fundido. Isso correspondia a 20% e era
considerado um exagero, gerando questionamentos e críticas, dando origem à
expressão "o quinto dos infernos", que ficou registrada na história.
O peso sobre os
contribuintes brasileiros parece estar longe do fim. As perspectivas apontam
que além do horizonte não existe um lugar livre de cobranças. O brasileiro paga
muito imposto e taxas, que incidem sobre lucro, ganhos, consumo e serviços.
Conforme levantamentos da Receita Federal, a carga tributária nacional, chegou
a 32,7% do Produto Interno Bruto em 2015 — 40% a mais do que no início dos anos
1990.
Segundo cálculos do
Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, cada brasileiro terá de
trabalhar 153 dias ou cinco meses e um dia apenas para pagar o seu quinhão ao
Fisco. Num comparativo nada animador, esses números leva a imaginar que, só a
partir de junho, o dinheiro realmente começaria a entrar no caixa das empresas
e no bolso dos cidadãos.
De acordo com estudos
econômicos da Associação Comercial de São Paulo, nos dois últimos anos, o
Produto Interno Bruto caiu mais de 7% e a atividade econômica se retraiu muito,
em razão da inflação alta no período e que, de acordo com as projeções, o
cenário pode piorar durante este ano.
Enquanto isso, apesar das
duras medidas lançadas pelo Governo Federal, o Brasil continua profundamente
mergulhado na crise econômica e atolado no lamaçal da corrupção. Além disso, a
indústria nacional permanece estagnada, impactando de forma negativa no mercado
de trabalho, com a redução de mais de 10 milhões de empregos formais. Com as
contas no vermelho, as cabeças pensantes da Administração Temer, parece
perdida, com tentativas impopulares de controlar os gastos, para tentar
reequilibrar o orçamento. Nesse contexto, as promessas de redução de corte de
impostos estão bem longe de serem colocadas em prática.
Apesar das inúmeras
tentativas de se propagar que a economia brasileira está recuperando o fôlego,
o ar continua irrespirável. A realidade é que, embora tenha uma carga
tributária de Primeiro Mundo, o Brasil oferece serviços de Terceiro Mundo à
população. Como o governo não entrega os serviços públicos que deveria entregar
em troca dos impostos pagos pela população, a classe média se vê obrigada a
recorrer à iniciativa privada para ter um atendimento de melhor qualidade na
saúde, uma escola que faça jus ao nome e até para garantir o seu patrimônio,
com a contratação de empresas de segurança particular.
Na Previdência Social o
quadro não é diferente. Muita gente, que pagou a vida inteira a aposentadoria
pelo teto, hoje recebe uma miséria. Essa realidade deixa claro, que a
tributação no Brasil é injusta e pesa no orçamento da maioria daqueles que
integram o setor produtivo. Por isso, na conjuntura atual, a redução de
impostos, tributos e taxas poderia ser mais vantajosa para o País do que o
contrário.
Nem tudo está perdido.
Alguns especialistas defendem a ideia de que é possível promover a diminuição
da carga tributária. Segundo essa corrente mais otimista, a redução de impostos
poderia provocar um estímulo para os investimentos produtivos e para o consumo.
Ao final, com o aquecimento da economia, a arrecadação do Fisco provavelmente
aumentaria e contribuiria para o ajuste fiscal.
Carga tributária média de presentes para o Dia das Mães é de 36%, diz
Impostômetro chega a R$ 1 trilhão 21 dias antes de 2023
STF decide manter cobrança retroativa de impostos de empresas
Vendas de Páscoa podem gerar aumento de 2% no faturamento do comércio
Arrecadação soma R$ 186,52 bi, melhor resultado para fevereiro
O que são bônus de cadastro e como eles podem melhorar a experiência
Imposto de Renda: Receita publica instrução sobre fundos no exterior
10 pontos da reforma tributária que dependem de regulamentação
Mesmo com limite de isenção maior, 43 milhões devem enviar declaração
Inove e Preserve: Brindes Ecológicos da Elo Brindes