Dono da Microsoft e segundo homem mais rico do mundo apoia a medida para cobrir déficits dos Estados Unidos
NOVA YORK - O segundo homem mais rico do mundo, Bill Gates, defendeu neste domingo o aumento de impostos sobre grandes fortunas. O dono da Microsoft, cuja fortuna é avaliada em US$ 97,2 bilhões, afirma estar preocupado com os déficits orçamentários dos Estados Unidos, e disse que se, no fim das contas, os impostos subirem para cobrir o problema, considera adequado que os milionários e bilionários paguem bem mais que as outras pessoas.
— Nós (os EUA) recolhemos apenas 20% do PIB, e gastamos cerca de 24% dele — declarou Gates em entrevista à CNN. — E não se pode deixar o déficit crescer mais do que a economia.
Mas Gates defende proposta diferente da alíquota de 70% que era cobrada dos americanos mais ricos na década de 70, antes de ser reduzida pelo presidente Ronald Reagan na década seguinte. Na prática, comentou ele, a alíquota não funcionava bem:
— Mesmo quando ela era alta, o recolhimento ficava no máximo em 40%, pois havia meios de adiar o pagamento via impostos diferidos [que podem ser pagos após os resultados de uma empresa, no próximo ano-calendário] — explicou.
Segundo o bilionário, para o governo recolher mais dos 1% ou 20% mais ricos, "as grandes fortunas", a melhor opção é "usar o imposto sobre ganhos de capital, que hoje é bem mais baixo, de 20%, e aumentá-lo".
No Bloomberg Billionaire Index, a fortuna de Gates só fica abaixo da de Jeff Bezos, dono da Amazon e o homem mais rico do planeta, com US$ 133 bilhões. Em terceiro lugar está o investidor Warren Buffett, com US$ 84,5 bilhões.
Foto: SIMON MAINA / AFP