As taxas abusivas cobradas
em pacotes de serviços e a mudança de comportamento dos consumidores na era
digital fizeram surgir no mercado os bancos 100% virtuais. Com a promessa de
reduzir os custos, oferecer crédito a juros menos salgados e até isentar tarifas,
essas instituições chegam para tentar sacudir o setor.
Propagados
como uma versão “low cost” dos bancos tradicionais e totalmente digitais, os
novatos permitem abertura de conta pelo celular através do aplicativo mobile.
Livre das filas demoradas e da burocracia das agências, o correntista apenas
envia fotos dos documentos originais e uma selfie para comprovar os dados
cadastrais.
A
briga também é boa pelo título de primeiro banco 100% virtual a se instalar no
Brasil. Um dos que defendem o pioneirismo para si, o Intermedium, fundado pela
MRV Engenharia, lançou até um “tarifômetro”, site em tempo real feito nos
moldes do impostômetro, que mostra a economia dos clientes do banco só com
taxas. Segundo a ferramenta, os clientes já deixaram de desembolsar R$ 17
milhões desde janeiro deste ano.
Hoje,
estão na carteira do Intermedium 32 mil correntistas. A meta é que esse número
chegue a 100 mil até o fim de 2016.
“Em
média, o banco tradicional cobra cerca de R$ 60 por mês pelo pacote de
serviços, fora a cobrança extra por saques adicionais ou TED. “Nós acreditamos
que esse cliente não precisa pagar por isso, já que não temos custos com
segurança, pessoal e aluguel de agências físicas. O cliente satisfeito vai
consumir outros produtos, como investimento em CDB, e daí vem a nossa
lucratividade”, explica o diretor executivo comercial Marco Túlio Guimarães.
Cheque
Dá
até para fazer depósito em cheque por imagem. Basta tirar uma foto frente e
verso, informar o valor e o “bom para”, que o montante será depositado na conta
digital em até dois dias úteis. Os saques, totalmente gratuitos, são possíveis
em toda a Rede 24 horas via cartão MasterCard.
Além
de conceder uma gama completa de opções tais como pagamentos, investimentos e
extratos online, a conta é livre de taxas administrativas e de serviço. Mesmo
que o usuário precise de atendimento mais específico, por telefone ou
presencial, não há cobrança, diz o executivo.
Original
Instituição
financeira controlada pela holding J&F Investimentos, o Banco Original também
oferece abertura de conta pelo celular, sem a necessidade de filas e papéis.
Idealizado pelo atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, não tem
agências. Todos os serviços estão a um clique de distância.
O
portfólio inclui, além de todos os serviços de um banco comum, transações por
comando de voz, depósitos de cheque por imagem e o Gerenciador Financeiro
Original, uma ferramenta que categoriza os gastos automaticamente e contribui
para o controle do orçamento do cliente.
Serviço
‘virtual’ atrai 5 mil clientes em 48 horas
Foi
a partir de uma experiência desastrosa durante uma viagem internacional com o
banco antigo que o jovem empresário Pedro Conrade resolveu apostar as fichas em
uma nova categoria no segmento bancário.
“Insatisfeito,
fui buscar alternativas no setor financeiro e não encontrei nada. Conheci nos
Estados Unidos o simple bank, e percebi que havia grande potencial para isso no
Brasil”, diz ele, hoje CEO do Banco Neon.
Segundo
Conrade, o Neon foi criado para deixar no passado tudo aquilo que costuma
irritar o cliente de um banco clássico: filas, burocracia e cobranças em papel.
Em menos de 48 horas, cinco mil contas foram ativadas. A meta é chegar a 100
mil clientes.
Público jovem
Totalmente
online e com foco no público jovem, o banco Neon pode ser acessado via
smartphone por meio de um sistema de biometria facial que garante maior
segurança.
Conrade
diz que não há cobrança de mensalidade fixa. Operações como o primeiro saque e
o primeiro TED mensal são gratuitas. A partir da segunda TED, a cobrança por
operação é de R$ 3,50, valor abaixo do que é cobrado pelos bancos tradicionais
(até R$ 15). “Já o saque custa R$ 6,90. Ainda é um custo alto, porque usamos
uma rede credenciada. Mas a tendência é diminuir”, afirma.
Com
todas as operações online, o cliente do Sofisa Direto assina eletronicamente a
ficha cadastral.
Segundo
o CEO, Alexandre Burmaian, o modelo de negócios eliminou os custos de sistemas
e a infraestrutura física de redes de agências das grandes instituições, o que
permitiu não cobrar nenhuma taxa ou tarifa dos correntistas.
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