Publicado em 06/09/2016 18:28 Última edição 06/09/2016 18:28

Instituições 100% digitais querem revolucionar setor

Fonte: Hoje em Dia - BH

Instituições 100% digitais querem revolucionar setor

As taxas abusivas cobradas em pacotes de serviços e a mudança de comportamento dos consumidores na era digital fizeram surgir no mercado os bancos 100% virtuais. Com a promessa de reduzir os custos, oferecer crédito a juros menos salgados e até isentar tarifas, essas instituições chegam para tentar sacudir o setor.

Propagados como uma versão “low cost” dos bancos tradicionais e totalmente digitais, os novatos permitem abertura de conta pelo celular através do aplicativo mobile. Livre das filas demoradas e da burocracia das agências, o correntista apenas envia fotos dos documentos originais e uma selfie para comprovar os dados cadastrais.

A briga também é boa pelo título de primeiro banco 100% virtual a se instalar no Brasil. Um dos que defendem o pioneirismo para si, o Intermedium, fundado pela MRV Engenharia, lançou até um “tarifômetro”, site em tempo real feito nos moldes do impostômetro, que mostra a economia dos clientes do banco só com taxas. Segundo a ferramenta, os clientes já deixaram de desembolsar R$ 17 milhões desde janeiro deste ano.

Hoje, estão na carteira do Intermedium 32 mil correntistas. A meta é que esse número chegue a 100 mil até o fim de 2016.

“Em média, o banco tradicional cobra cerca de R$ 60 por mês pelo pacote de serviços, fora a cobrança extra por saques adicionais ou TED. “Nós acreditamos que esse cliente não precisa pagar por isso, já que não temos custos com segurança, pessoal e aluguel de agências físicas. O cliente satisfeito vai consumir outros produtos, como investimento em CDB, e daí vem a nossa lucratividade”, explica o diretor executivo comercial Marco Túlio Guimarães.

Cheque

Dá até para fazer depósito em cheque por imagem. Basta tirar uma foto frente e verso, informar o valor e o “bom para”, que o montante será depositado na conta digital em até dois dias úteis. Os saques, totalmente gratuitos, são possíveis em toda a Rede 24 horas via cartão MasterCard.

Além de conceder uma gama completa de opções tais como pagamentos, investimentos e extratos online, a conta é livre de taxas administrativas e de serviço. Mesmo que o usuário precise de atendimento mais específico, por telefone ou presencial, não há cobrança, diz o executivo.

Original

Instituição financeira controlada pela holding J&F Investimentos, o Banco Original também oferece abertura de conta pelo celular, sem a necessidade de filas e papéis. Idealizado pelo atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, não tem agências. Todos os serviços estão a um clique de distância.

O portfólio inclui, além de todos os serviços de um banco comum, transações por comando de voz, depósitos de cheque por imagem e o Gerenciador Financeiro Original, uma ferramenta que categoriza os gastos automaticamente e contribui para o controle do orçamento do cliente.

Serviço ‘virtual’ atrai 5 mil clientes em 48 horas

Foi a partir de uma experiência desastrosa durante uma viagem internacional com o banco antigo que o jovem empresário Pedro Conrade resolveu apostar as fichas em uma nova categoria no segmento bancário.

“Insatisfeito, fui buscar alternativas no setor financeiro e não encontrei nada. Conheci nos Estados Unidos o simple bank, e percebi que havia grande potencial para isso no Brasil”, diz ele, hoje CEO do Banco Neon.

Segundo Conrade, o Neon foi criado para deixar no passado tudo aquilo que costuma irritar o cliente de um banco clássico: filas, burocracia e cobranças em papel. Em menos de 48 horas, cinco mil contas foram ativadas. A meta é chegar a 100 mil clientes.

Público jovem

Totalmente online e com foco no público jovem, o banco Neon pode ser acessado via smartphone por meio de um sistema de biometria facial que garante maior segurança.

Conrade diz que não há cobrança de mensalidade fixa. Operações como o primeiro saque e o primeiro TED mensal são gratuitas. A partir da segunda TED, a cobrança por operação é de R$ 3,50, valor abaixo do que é cobrado pelos bancos tradicionais (até R$ 15). “Já o saque custa R$ 6,90. Ainda é um custo alto, porque usamos uma rede credenciada. Mas a tendência é diminuir”, afirma.

Com todas as operações online, o cliente do Sofisa Direto assina eletronicamente a ficha cadastral.

Segundo o CEO, Alexandre Burmaian, o modelo de negócios eliminou os custos de sistemas e a infraestrutura física de redes de agências das grandes instituições, o que permitiu não cobrar nenhuma taxa ou tarifa dos correntistas.