Neste mês de outubro, a conta de luz está mais cara. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) mudou a bandeira tarifária das contas de luz, que passou a ser a inédita Vermelha Patamar 2. A tarifa é a mais cara do modelo e representa a cobrança de taxa extra de R$ 3,50 a cada 100 Quilowatt-hora (kWh) consumidos. Segundo a consultoria Tendências pode encarecer em 6,5% a tarifa neste mês.
De janeiro de 2015 até agosto os consumidores pagaram cerca de R$ 20,8 bilhões a mais nas contas de luz, graças ao modelo de bandeiras tarifárias que dependendo das condições de geração de eletricidade podem ou não acrescentar determinado valor às contas de luz.
Mas como funcionam essas bandeiras tarifárias e por que a energia elétrica é tão cara no Brasil?
O Economia em 5 Minutos responde:
Criado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o sistema de bandeiras tarifárias sinaliza mensalmente o custo real da energia gerada para cada região do país, com base nas informações do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) que analisa o nível dos reservatórios das hidrelétricas para verificar se a geração de energia terá que ser complementada por térmicas que tem um custo maior.
As bandeiras levam em conta se as térmicas estão ativadas e o nível de demanda por energia.
Bandeira verde: condições favoráveis de geração de energia. A tarifa não sofre nenhum acréscimo;
Bandeira amarela: Térmicas ativadas e condições de geração menos favoráveis. A tarifa sofre acréscimo de R$ 2 para cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos;
Bandeira vermelha Patamar 1: Térmicas ativadas e alta demanda. A tarifa sofre acréscimo de R$ 3 para cada 100 quilowatt-hora kWh consumido.
Bandeira vermelha Patamar 2: Térmicas ativadas e alta demanda, com condições ainda mais custosas de geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 3,50 para cada 100 quilowatt-hora kWh consumido
Em períodos de seca, com nossa matriz energética atual, não há outra alternativa a não ser recorrer as térmicas.
Mas, além desta questão estrutural o grande vilão da conta de luz é a alta carga tributária que incide sobre a energia elétrica.
No Brasil o peso dos encargos e tributos representam 44,5% do preço final da tarifa de energia, ou seja, quase metade do que você paga na conta de luz vai para encargos e tributos!
De acordo com levantamento feito pela Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica) em 2016 com 28 países, o Brasil fica atrás apenas da Dinamarca que atinge o patamar de 58% em peso de encargos e tributos sobre a conta de luz. O Japão apresentou a menor quantidade de impostos sobre a energia elétrica, dentro os 28 países, com apenas 9% de carga tributária.
O que pode ser feito para o país ter oferta de energia barata?
Além de um novo marco regulatório que traga segurança jurídica e um bom ambiente de negócios ao setor, o Brasil precisa DIVERSIFICAR a matriz energética e explorar mais a geração de energia solar e eólica, aproveitando as características favoráveis do nosso território. Hoje, 66% da geração vem de fontes hidráulicas, 26,4% de térmicas e apenas 6,5% de eólicas e 0,054 de solar.
O outro ponto crucial é rever a carga tributária de impostos e encargos na tarifa, não dá para o brasileiro pagar o dobro em um produto estratégico como é a eletricidade.
Mas, enquanto isso não ocorre, é preciso aceitar a realidade e se preparar para o curto prazo. De acordo com os gráficos abaixo, os níveis dos reservatórios das hidrelétricas permanecem muito baixos e indicam que o preço da energia ainda deve permanecer elevado. Então, nos resta torcer pela chuva e economizar energia.
Algumas dicas para economizar energia:
Chuveiro elétrico
Tomar banhos mais curtos
Selecionar a temperatura morna no verão
Ar-condicionado
Não deixar portas e janelas abertas em ambientes com ar-condicionado
Manter os filtros limpos
Diminuir ao máximo o tempo de utilização do aparelho
Colocar cortinas nas janelas que recebem sol direto
Geladeira
Só deixar a porta da geladeira aberta o tempo que for necessário
Regular a temperatura interna de acordo com o manual de instruções
Nunca colocar alimentos quentes
Deixar espaço para ventilação na parte de trás da geladeira e não utilizar para secar panos
Não forrar as prateleiras
Descongelar a geladeira e verificar as borrachas de vedação regularmente
Iluminação
Utilizar iluminação natural ou lâmpadas econômicas
Apagar a luz ao sair de um cômodo
Pintar o ambiente com cores claras
Ferro de passar
Juntar roupas para passar de uma só vez
Separar as roupas por tipo e começar por aquelas que exigem menor temperatura
Nunca deixe o ferro ligado enquanto faz outra coisa
Aparelhos em stand-by
Retirar os aparelhos da tomada quando possível ou durante longas ausências