Publicado em 25/09/2017 14:23 Última edição 25/09/2017 14:23

Brasileiro desembolsa, em média, R$ 500 de imposto federal em agosto

Fonte: R7

Brasileiro desembolsa, em média, R$ 500 de imposto federal em agosto
O governo arrecadou, em agosto, o equivalente a R$ 500,99 por habitante em impostos federais. Foram R$ 104,2 bilhões para uma população de 208 milhões brasileiros.

A carga dos tributos federais sobre o cotidiano do País é ainda maior se for considerada a população economicamente ativa, de 110 milhões de pessoas com idade entre 10 e 65 anos.

Neste caso, foram R$ 947,32 de impostos por pessoa — valor maior que o salário mínimo nacional (R$ 937).

A arrecadação de agosto teve um desempenho elevado, acima dos meses anteriores. Na comparação com agosto de 2016, a alta foi de 10,78%, já descontando o efeito da inflação do período pelo IPCA. Há um ano, quando o Brasil enfrentava uma grave crise econômica, o governo arrecadou R$ 91,8 bilhões.

De acordo com o chefe do centro de estudos tributários e aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, o consumo das famílias e a recuperação da economia, entre outros fatores, ajudaram a arrecadação maior.

— Os indicadores macroeconômicos indicam a retomada da atividade econômica de uma maneira mais intensa. Tivemos um início de ano [2017] não tão positivo como agora. Os indicadores melhoraram e isso reflete na arrecadação.

Direta ou indiretamente, o aumento da arrecadação de impostos acaba saindo do bolso do trabalhador. "O sistema de arrecadação tributária no Brasil pesa mais sobre a produção e o consumo, enquanto que nos países com economia mais desenvolvida a tributação é mais focada na renda. A diferença entre eles é que o sistema brasileiro é mais oneroso para os mais pobres, para a classe trabalhadora", disse Caio Bertine, especialista em Direito Tributário e professor do CPjur (Centro Preparatório Jurídico).

Segundo o professor, é preciso mudar o foco da arrecadação de tributos para aliviar o peso sobre a classe trabalhadora, afetada inderetamente pela pressão no setor industrial.

—  A carga tributária é muito forte sobre a indústria. O empresário acaba caindo na inadimplência e demitindo. O efeito disso é o aumento dos gastos do governo como programas sociais e com a Previdência. Essa é uma falha grave no sistema de tributação junto com a má gestão dos recursos. A população não vê o retorno dos impostos em serviços de qualidade. O melhor caminho seria uma reforma tributária em etapas, por bloco, para retirar o peso sobre o consumo e a produção para onerar mais os quesitos de renda.

Entre os impostos e tributos que compõe a arrecação federal estão: PIS/Pasep  e Cofins (cobrado das pessoas jurídicas), CSLL (Contribuição Sobre o Lucro Líquido), imposto de renda, imposto sobre exportações e importações, contribuições previdenciárias, IOF (Impostos sobre Operações Financeiras) e IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).