Os pernambucanos já pagaram mais de RS 9,4 bilhões em
impostos federais, estaduais e municipais do dia i° de janeiro a 6 de março
deste ano. Este dado é do Impostômetro (até as i6h de ontem), ferramenta da
Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e do Instituto Brasileiro de
Planejamento e Tributos (IBPT) que calcula a arrecadação ao longo do ano com um
placar digital, disponível no site impostometro.com.br. Este número representa
aumento de 16% em relação ao mesmo período do ano passado, quando registrou R$
8,1 bilhões. 0 Estado é 0 segundo do Nordeste com maior arrecadação, atrás
apenas da Bahia, que acumulou R$ 12,6 bilhões em 2017. De maneira geral, os
brasileiros desembolsaram mais de RS 426 bilhões com impostos no mesmo período
do ano, aumento de 15,3% em relação a 2016.
Trata-se de uma carga fiscal extremamente pesada, uma das
piores do mundo. Hoje, os tributos correspondem a cerca de 37% do PIB do País.
Num momento de recessão, como 0 atual, a alta carga fiscal se torna ainda mais
prejudicial. Com tanto tributo fica mais difícil sair da crise.
Segundo 0 IBPT, as principais fontes de receita em
Pernambuco são 0 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), com
R$ 1,17 bilhão, seguido pelo Imposto sobre a Propriedade Veículos Automotores
(IPVA), com R$ 88,9 milhões. Já na parte de impostos federais, 0 que lidera 0
ranking é a previdência, que arrecadou mais de R$ 649 milhões. Em seguida, vem
0 Imposto de Renda (IR), que corresponde a R$ 279 milhões, e 0 PIS/PASEP, com
mais de R$ 120 milhões.
Os dados do Impostômetro diferem dos divulgados pelo Estado
porque incluem repasses federais. Segundo 0 governo estadual, a arrecadação
está em torno de R$ 2,350 bilhões em janeiro e fevereiro deste ano. Elouve
crescimento nominal de 7,5% em comparação com 0 primeiro bimestre de 2016.
Mesmo com a crise, Pernambuco registrou crescimento de 7,1% na arrecadação do
ICMS em 2016 foram R$ 13,7 bilhões.
RETOMADA
Para o economista da ACSP, Emilio Alfieri, 0 aumento na
arrecadação de impostos, curiosamente, acontece por causa da retomada econômica
do País. “Neste ano não houve aumento de impostos. A não correção da tabela do
IR é um sinal de que as pessoas estão pagando mais impostos. 0 último Caged
mostrou que a indústria voltou a contratar pessoas. Além disso, os juros da
Selic estão caindo. Para este ano, a expectativa é que 0 PIB suba 0,5% a 1%. A
tendência é que a arrecadação suba até o dobro disso.”
Embora a carga fiscal não tenha se elevados nos últimos
três meses, é bom lembrar que governo federal, Estados e municípios aumentaram
e muito seus tributos em 2016, quando a crise financeira ficou mais aguda.
Para 0 economista, a alta ou a criação de novos impostos
trará prejuízos para a economia nesse momento. “Combinado com a PEC do Teto de
Gastos e a arrecadação subindo acima da inflação, 0 governo começa a fechar 0
rombo das contas. Se aumentar os impostos, pode retardar a recuperação.”
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